Entrevista à Azeméis FM na Feira das PME's.

A Azeméis FM organizou um debate, em directo da Feira "Promoção PME 2012, que contou com a participação de um dos sócios gerentes da Fluidotronica, Helder Silva, juntamente com André Alegria, do Hotel Vale do Rio e Augusto Queirós do CENFIM. Aqui fica um excerto da participação de Helder Silva neste debate.

Azeméis FM: Vamos falar desta empresa, neste caso a Fluidotronica, quem já algumas parcerias e alguns anos de existência e vamos dizer aos ouvintes o que é e quem é a Fluidotronica.
Helder Silva: A Fluidotronica é uma empresa que se dedica ao ramo da automação industrial. Foi fundada há quase nove anos. Temos uma série de produtos para área da automação industrial e somos representantes de algumas marcas para o mercado nacional e temos também a mais-valia de oferecer aos nossos clientes soluções completas, ou seja, temos serviço de engenharia integrados. Qualquer pessoa que precise de uma solução de automação, pode encontrar junto da Fluidotronica um parceiro com a solução completa: desde a engenharia, a parte da venda dos componentes, a parte de maquinação até à solução "chave-na-mão".

(comentário de Hélder Silva à resposta de Augusto Queirós do CENFIM a esta pergunta)
HS: A Fluidotronica é parceira do CENFIM. Nós já tivemos e temos vários jovens a estagiar. Eles consoante o percurso do curso em que se enquadram, fazem mais ou menos tempo nas empresas. Nós já tivemos bastantes e eu gostaria de confirmar que, de facto, existe há uma grande integração. Nós temos, neste momento, cinco jovens que foram alunos do CENFIM e que se encontram a trabalhar para a Fluidotronica, fora aqueles que ainda se encontram na fase de estágios curriculares.

AZ FM: Vamos falar da importância desta feira - que acaba por ser uma montra para mostrar os vossos serviços - e o porquê de estarem aqui.
HS: Antes de mais, penso que esta feira é uma ideia muito interessante. Obviamente por ser o primeiro ano, poderá não ter a afluência que poderá ter em anos futuros, em edições futuras. Mas, de qualquer das maneiras, penso que é uma ideia muito rentável. Obviamente que quem está habituado a estar em feiras dedicadas a certos temas, notará uma grande diferença em termos de afluência, mas de qualquer das formas é muito importante que, muitas das vezes, na azafama do dia-a-dia não temos tempo de olhar um bocadinho para o lado e ver quem está ao nosso lado.
Por exemplo, a Fluidotronica, uma das áreas que tem são as chamadas mãos presas para acoplar aos robôs para a indústria dos moldes, para tirar as peças dos moldes e nós estamos num polo - talvez um dos maiores a nível mundial - no fabrico de moldes. E, nós próprios, muitas das vezes, na correria do dia-a-dia, temos a tendência para dizer "Vamos procurar clientes" e, às vezes, não nos centramos naqueles que estão ao nosso lado.
Portanto, isto é importante quer para ter uma oportunidade de conhecer os nossos potenciais clientes que, por vezes, estão ao nosso lado e nós não nos lembramos, quer para esses mesmo clientes que, muitas da vezes, chegam perto de nós e dizem "não sabia que vocês faziam isto".

AZ FM: É um pouco procurar lá fora aquilo que temos cá dentro...
HS: Exactamente, pode parecer um bocado absurdo, digamos assim, mas isto acontece no dia-a-dia.

AZ FM: Passa-se o mesmo com a vossa empresa? (Augusto Queirós do CENFIM, afirmava que os recursos humanos são aqueles que diferem as empresas em relação à concorrência, enquanto que "os equipamentos compram-se em qualquer lado")
HS: Sim, é evidente que os recursos humanos são uma parte fundamental. Não há empresa nenhuma que possa trabalhar bem se tiver algum défice, digamos assim, em termos de recursos humanos. A Fluidotronica é uma empresa que tem o Sistema de Gestão da Qualidade implementado e um dos parâmetros que temos para avaliação desse mesmo sistema é, precisamente, na área da formação e satisfação dos nossos recursos humanos. É essencial que as pessoas estejam bem formadas, que estejam imbuídas de um espírito empreendedor, de um espírito capaz de fazer coisas novas, de trazer para a empresa, no fundo, não só uma prestação em termos de conhecimentos técnicos, mas também em mais-valia a nível pessoal.

AZ FM: Nesta área do empreendedorismo e inovação, é preciso dizer que a banca tem sempre um papel importante para os novos empreendedores e para aqueles que se querem lançar no mercado. Foi o vosso caso também ou não?
HS: Sim, a banca é extremamente importante, é um parceiro por excelência, porque, muitas das vezes, os recursos intrínsecos à própria empresa não são suficientes para fazer certos negócios. No caso concreto da Fluidotronica, não podemos apontar, de forma alguma, seja o que for à banca. Temos tido um bom apoio, apesar de muitas coisas que se ouvem - que a banca não apoio ou que não arranja liquidez para financiar as empresas - no nosso caso concreto, nunca sentimos isso. Talvez também porque a Fluidotronica tenha bons desempenhos - nós somos PME Líder - e temos rácios interessam que facilitam, por assim, os negócios com a banca. Mas, obviamente que é importante, é essencial mesmo, porque, muitas das vezes, pode-se hipotecar um negócio muito importante se não houver financiamentos próprios da empresa e, nesse caso, a banca é um elemento estruturante e fundamental.

AZ FM: Em tempo de crise, como é que se arranja soluções para ultrapassar a mesma? Já que toda a gente fala por tudo e por nada na crise.
HS: A crise serve de desculpa para muito coisa não é?

AZ FM: Ou para encobrir alguma coisa...
HS: Na minha opinião, nós não podemos estarmos constantemente a queixarmo-nos da crise e dizer que tudo está mal, porque senão não conseguimos melhorar nada. É evidente que existem muitas situações que constituem um entrave ao funcionamento das empresas, mas não podemos estar constantemente a dizer que as coisas estão mal, que não há viabilidade, que não há futuro para este país e para estas empresas. Temos que pensar de forma diferentes, temos que olhar em frente e procurar soluções. É importante referir que não são, muitas das vezes, as grandes empresas que criam grande quantidade de trabalho. Os postos de trabalho deste país são criados pelas PME's e, frequentemente, há um desprezo pelas PME's, dando-se muito foco às empresas grande. No entanto, é de facto é nas PME's que está a força laboral.

AZ FM: Aliás, permite-me interromper-te, é nas pequenas empresas que tudo começa não é?
HS: Exactamente.

AZ FM: É que as empresas grandes, antes de o serem, também já foram pequenas...
HS: Como eu costumo dizer, a única coisa que nasce grande na natureza são os cogumelos e morrem rápido. As empresas têm que nascer pequenas e crescer paulatinamente e no caso concreto da Fluidotronica, nós temos uma vertente exportadora, temos uma série de projectos em curso.
E, voltando um pouco atrás, é importante também que os empresários procurem um pouco de formação para si próprios, porque, a meu ver, há um défice muito grande na formação dos empresários, que, muitas vezes, não conseguem olhar para os resultados e ver o que está a acontecer à sua empresa e apontar para uma direcção diferente. Se alguma está mal e não se fizer nada para alterar a situação, o cenário vai continuar a piorar com toda a certeza. Portanto, é preciso olhar para os resultados que estão a ter e, aos primeiros sinais que algo está mal, é necessário repensar o negócio e, por vezes, até mudar o sector de actividade para poder continuar e levar o negócio para a frente. Isso nós fazemos diariamente na Fluidotronica. A cada dia que passa, nós analisamos os nossos resultados, analisamos o nosso trabalho e procuramos novas soluções, novos mercados, novos clientes para, de facto, podermos levar a empresa para a frente.

AZ FM: Este é um evento para continuar e que ilações se podem tirar desta feira?
HS: Eu gostaria de deixar, desde já, um agradecimento em nome da Fluidotronica e, talvez, em nome de todos os expositores, à Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis e a todos os que organizaram este evento, porque, de facto, é como eu disse há pouco: muitas das vezes nós estamos num local e não conhecemos que aquilo que se encontra em redor.
Penso que isto é uma iniciativa para continuar e, como disse anteriormente, nós próximos anos certamente terá muito mais adesão.

AZ FM: Está à espera que isto seja um ponto de partida?
HS: Sim, é um ponto de partida seguramente. Inclusive, nós já tivemos pessoas a visitarem o nosso stand - empresas aqui da região, precisamente de Oliveira de Azeméis - que se lamentaram por não terem ido a tempo de efectuarem a inscrição, devido ao facto de o espaço ser reduzido. Não foi o nosso caso, felizmente, pois penso que fomos dos primeiros a aderir. Mal nos lançaram o desafio, nós aceitamos, precisamente porque conseguimos antever que seria extremamente interessante, nomeadamente todas as conferências, todo este envolvimento e troca de conhecimentos entre as empresas da região, que é essencial e que, a meu ver, é para continuar.

AZ FM: Há mais alguma coisa que gostaria de acrescentar?
HS: Gostaria de deixar uma palavra de ânimo para todas as empresas e para todos os empreendedores: não é lamentando-nos, como disse há pouco, que nós vamos inverter o rumo da situação. Obviamente que não está fácil para as famílias, para as empresas, para o próprio país, mas é essencial que hajam empresas com vontade e a fazer diferente para que, de uma maneira geral, todos os portugueses possam sair desta situação difícil em que nos encontramos.
E, como disse, a Fluidotronica conta com este espírito, olha para a frente, olha para o futuro. Nós estamos, neste momento, a investir e a aumentar a nossa equipa. Nós começamos com três pessoas há nove anos e, neste momento, somos quase trinta. Temos um pavilhão novo que estás em vias de começar a ser construído. Nós acreditamos neste projecto, acreditamos neste país e considero que é isso que as pessoas têm que pensar, que o mundo não vai acabar aqui, que o país não vai acabar. Nós temos que olhar para a frente e não é com lamentos que o vamos fazer. Temos todos que olhar para o futuro!

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